Qualidade de Grãos Agricolas
A manutenção da qualidade de grãos agrícolas armazenados por longos períodos depende do controle de insetos, fungos e bactérias, que se reproduzem e se desenvolvem no meio (Sun & Woods, 1997). Uma redução da temperatura da massa de grãos, abaixo de 15 ºC, tem sido eficiente na redução da atividade de água dos grãos e, assim, na prevenção do desenvolvimento de insetos e no controle de fungos (Sun & Woods, 1994; Sun & Byrne, 1998).
O teor de umidade de um produto exerce grande influência na variação de temperatura de uma massa de grãos durante a armazenagem (Abbouda et al., 1992; Khankari et al., 1994). Por isso, recomenda-se a secagem e limpeza do produto antes do seu armazenamento, pois esses procedimentos diminuem a ação da microflora na massa de grãos, retardando a velocidade das trocas gasosas e o processo de deterioração natural.
Devido a mudanças climáticas, variações de temperatura também contribuem para a formação de gradientes de temperatura em uma massa de grãos armazenada. Temperaturas diferentes nos ambientes interno e externo de um silo provocam correntes de ar na massa de grãos, que podem induzir a migração de umidade das áreas de altas temperaturas para as de baixas temperaturas. A migração de umidade pode potencializar o desenvolvimento de insetos, fungos e bactérias e iniciar a deterioração do produto (Converse et al., 1973; Brooker et al., 1992; Chang et al., 1993; Casada & Young, 1994; Chang & Steele, 1995; Gong et al., 1995).
Srivastava & Rao (1994) estudando o armazenamento de trigo nas temperaturas de 27, 37 e 50 °C durante 1, 3 e 5 meses, concluíram que aumentos de temperatura e do tempo de armazenamento provocam queda na qualidade final do produto armazenado.
A técnica mais empregada para diminuir gradientes de temperatura na massa de grãos e, conseqüentemente, minimizar a migração de umidade, é a aeração (Sauer, 1992; Jayas et al., 1995). Este processo, além de inibir o desenvolvimento de insetos e da microflora,