Pós-modernidade e cultura
O homem nada mais é do que simplesmente o homem, do que carne e osso. Um homem que nasce para contemplar o mundo através de suas percepções sensoriais, mas que é alvejado por imposições culturais, sociais, contextuais, conceituais, etc. E é neste momento que o indivíduo começa a entrar em crise e a buscar aquilo que lhe está sendo oferecido (muitas vezes algo que está completamente fora do seu alcance), desprezando os seus já limitados sentidos, anulando sua vontade de potência e se tornando escravo de uma época. Somos todos escravos de uma época. Todos os nossos sentimentos, desejos, vontades, ambições, receios, questionamentos e indagações são frutos de uma época. Vivemos um período no qual o mal do século é a depressão e as pessoas buscam incessantemente pela tão almejada felicidade, seja através de remédios, terapias ou de uma vida a dois bem sucedida. A nossa época criou uma conceito de felicidade que é condicionada a momentos felizes, a uma sensação individual de êxtase e todos buscam alcançar tal contemplação para não caírem nas garras da antagônica tristeza, que ocasiona a depressão e que também gera dinheiro e faz o mercado se movimentar. O que era a felicidade na Grécia Antiga? Era algo ligado a eudaimonia, uma satisfação coletiva. Era feliz quem observava o bem estar de uma cidade bem administrada, de pessoas que vivem pacificamente e em harmonia. Isso era felicidade. Sabemos que para a nossa época a felicidade não se trata disso. Os fatores que levaram a essa mudança conceitual não nos interessa no momento, não é isso que estamos debatendo. Mas o que é interessante notarmos é que houve sim uma mudança em um conceito ligado diretamente a uma sensação humana e isso nos foi imposto de acordo com a época em que vivemos. Não olhamos a felicidade nos outros, mas em nós mesmos. E é isso que tratamos quando enxergamos o universo que nos é apresentado e imputado a viver a partir do tripé linguagem-metafísica-moral que