Cultura e Capitalismo na Pós-Modernidade
Isaias Alves1
Recentemente, a população brasileira recebeu através dos meios midiáticos uma denúncia que lhe tirou o sono, trata-se da adulteração de um alimento de extrema importância na mesa de muitas famílias no Brasil: o leite. Não bastasse essa triste notícia, soubemos que a água mineral vendida em diversos lares também é contaminada. Nesse sentido, nos perguntamos: quais alimentos/bebidas que ingerimos cotidianamente possuem realmente as informações expostas nos rótulos das embalagens? Por que isso está acontecendo? Dentre as possíveis explicações para esses acontecimentos podemos elencar as de cunho Sociológico, Antropológico e Político ao citarmos a lógica cultural do capitalismo tardio presente nas análises de Fredrick Jameson. Falamos em Capitalismo tardio porque esse modo de produção já deveria ter se extinguido há tempo, mas, frente às inúmeras crises pelas quais passa, as alternativas contemporâneas encontradas circunscrevem-se em mesclar, à sua lógica, um caráter cultural, em que tudo, absolutamente tudo, é passível de tornar-se mercadoria. Já estamos sentindo os reflexos de uma política de lucros a qualquer custo, independentemente das conseqüências. Na contemporaneidade, as transformações mundiais estão se processando num ritmo muito acelerado, em que o crescimento das forças produtivas (equipamentos, tecnologia, terras, ferramentas, fontes de matéria-prima) não está acompanhando as relações sociais de produção (a distribuição dos meios de produção e do produto, o modo como os homens se organizam para produzirem) e o resultado disso já está sendo visível hoje: as falsificações de alimentos, numa tentativa visionária de acumulação de capitais em sociedades marcadas pela usura, pelo individualismo, pela ausência da crítica, fruto de construções ideológicas, ou seja, que estão ali, na cara e as pessoas não percebem. Amparados pelo uso de equipamentos de alta tecnologia e de peritos de grandes habilidades,