Punk - corpo e gesto
Ana Paula de Sant’Ana
O que diferencia as pessoas? Na sociedade, é preciso revolver as camadas dos espaços e suas cores. Pesquisar o vendaval de quereres, nas bruscas modificações dos pensamentos que são corporizados, concretizando-se na cultura, na cidade, na memória que se volatiza feito brasa quando revolvida, espalhando-se nos ambientes temporários que modificam a história. Dessa história, a vida é reinventada com toda a sua verdade: o olhar dos que contam que se confunde com o olhar do olhado e de quem olha há o eterno retorno da elaboração da vida, uma leve brisa com cheiros distintos e amplos.
Entranhando-se em dado instante, ímpar, retirando e absorvendo a essência, esticando-se e se retraindo, alargando-se e exteriorizando na pele o gosto da alma. Despertado na alma, alcança o corpo e a cidade pulsante com tal veemência que se torna organismo único. E volta a ser expulso novamente por aqueles seres que o criaram. Desregradamente. Sem moral: Não há lei para os vivos.
Isso é o que une os homens.
Assim diz o punk Rodolfo Scheffler1:
Deus não acredita em ateus! Todo apoio às questões indígenas, à preservação das culturas e povos indígenas, seus direitos, suas terras, até a ampliação de áreas indígenas, desde que estes continuem preservando e utilizando os recursos naturais tão sabiamente como sempre fizeram. Tudo que fazemos é para o próximo. O sistema encravou na sua cabeça o egoísmo, o individualismo, é preciso agir coletivamente preservando a individualidade. Pois o coletivo é feito de indivíduos, ou seja, não pensar egoisticamente, pensar coletivamente. Isto serve tanto para uma banda de rock ou para uma comunidade urbana – squatter e ocupação, ou para uma comunidade rural.
Não apenas se opor aos moldes de uma produção do sistema capitalista, mas sim de reorganizar, a partir de seus próprios parâmetros, as subjetividades, elaborando um processo de semiotização que seja coerente com seus aspectos