Pulsão
• Estímulo para o psíquico
A pulsão pode ser considerada um estimulo para o psíquico e não um estimulo psíquico. Desta afirmação podemos inferir que: (1) a pulsão é externa ao psíquico, ou seja, algo de fora faz uma exigência de trabalho ao aparato psíquico; e (2) por ser exterior a este aparato não é regida pelos princípios reguladores dele até que seja capturada por ele. Por aparato psíquico entende-se o meio pelo qual se domina as excitações, capturando e transformando as intensidades que chegam do externo.
Pode-se distinguir entre a pulsão em si mesma (Trieb) e a sua presentificação no aparato psíquico. Desta forma admitem-se duas regiões do campo psicanalítico: (1) a do aparato psíquico regida pelo principio do prazer; e (2) região externa ao aparato que se situa para além do principio do prazer. Estas regiões não podem ser pensadas como independentes, pois não há pulsão sem representação e nem representação sem pulsão; ou seja, são duas categorias que se implicam, mas não se confundem.
• Força constante e força de choque momentânea
Segundo Freud: “A pulsão não atua como uma força de choque momentânea, mas sempre como uma força constante”. Os estímulos provenientes de fontes externas operam como força momentânea e podem ser removidos por meio de ações adequadas. Já os estímulos provenientes de fontes endógenas atuam como fontes constantes e a fuga é ineficaz. Freud sugere que denominemos os estímulos internos de “necessidade” e o que cancela essas necessidades de “satisfação”. Dentre os estímulos endógenos distinguem-se ainda os fisiológicos (fome,