INTRODUÇÃO As respostas sintomáticas apresentadas por crianças frente a situações críticas e de risco podem ser separadas como respostas sadias ou distúrbios reativos. As respostas sadias são comportamentos vistos como normais no desenvolver infantil. Já os distúrbios reativos já podem ser considerados limítrofes para a psicopatologia. Para classificar esses comportamentos como normais ou patológicos, é preciso acompanhar a frequência em que a criança age daquela certa maneira e comparar, com base em seus fatores bio-psico-sociais se é um comportamento esperado considerando sua subjetividade. De acordo com o dicionário de psicologia da APA (American Psychological Association, 2010), normalidade é um conceito amplo que é análogo à saúde mental. Nesse conceito não existe um exemplo que modelo absoluto que retrate a normalidade. Não obstante, existem alguns critérios psicológicos e comportamentais, que variam de acordo com a avaliação cultural, que podem caracterizar alguns aspectos dessa normalidade: liberdade de conflitos internos incapacitantes; capacidade de pensar e agir de maneira organizada e razoavelmente efetiva; capacidade de lidar com demandas e/ou problemas comuns da vida; liberdade de sofrimento emocional extremo (como ansiedade, desânimo e distúrbios persistentes) e ausência de sintomas definidos de transtornos mentais (obsessões, fobias, confusão e desorientação). A anormalidade aparece quando não se encaixa nos padrões de normalidade esperados a partir da cultura. Um comportamento psicopatológico bem conhecido que pode ser considerado um distúrbio reativo é o Transtorno de Conduta, caracterizado por ações que incomodam e perturbam terceiros, muitas vezes consideradas perigosas ou até mesmo ilegais. Os infratores costumam não aparentar sofrimento psíquico e não se importam em ferir os sentimentos das pessoas (BORDIN; OFFORD, 2000). Acredita-se que há vários fatores biopsicossociais que contribuem para o desenvolvimento do transtorno de conduta,