Psicologia e Matemática
Por: Débora Diegues, Psicóloga Clínica graduada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Realiza avaliação psicológica e processo psicoterapêutico de crianças, adolescentes, adultos e idosos baseada na abordagem Psicodinâmica da Psicologia. Realiza também palestras, mini-cursos, orientação vocacional e de carreira.
Alice: Estou caindo num buraco escuro... Então vejo criaturas estranhas. Será que estou ficando maluca?
Pai de Alice: Eu acho que sim! Você está maluca, pirada, perdeu um parafuso... Mais vou lhe contar um segredo: as melhores pessoas são assim.
Um conto de fadas e uma história para crianças, foi assim que a obra “Alice no país das maravilhas” foi vista na época de sua criação. Escrita na segunda metade do século dezenove por Lewis Carroll (pseudônimo de Charles Dodgen), matemático inglês que escreveu livros questionando a lógica das coisas, a história conquistou com o passar do tempo o interesse do público em geral, interpretações e análises de cunho psicológico e sociológico. Invadiu a mídia e os cinemas com desenhos e filmes, incluindo a última versão (2010) do diretor Tim Burton, conhecido pelo caráter excêntrico de seus filmes. O filme é considerado a quinta maior bilheteria da história do cinema superando a receita de 1 bilhão e 300 milhões de dólares, segundo os estúdios do Walt Disney.
Em “Alice no país das maravilhas”, Carroll questiona os padrões sociais estabelecidos na aristocracia da Inglaterra do século dezenove: a Era Vitoriana. Período marcado por valores rígidos, pela moral absoluta e pelo puritanismo.
O desenho, também produzido pela Walt Disney (1951), mostra a entrada de Alice na adolescência e os questionamentos recorrentes. Já o filme dirigido por Burton se passa 13 anos após a história original e mostra a continuação da jornada de Alice (agora com 19 anos), a sua entrada na fase adulta, a insatisfação com a realidade, a busca pela identidade e os