Psicologia sócio histórica
Emergente na União Soviética (URSS), no início do século XX, a Psicologia Sócio-Histórica traz em seu bojo uma crítica às psicologias que, na tentativa de compreender quem é o homem e como se constrói sua subjetividade, baseavam-se na dualidade objetividade versus subjetividade, mundo interno versus mundo externo. (KAHHALE, 2002) Desta forma, a Psicologia Sócio-Histórica ancora-se na obra materialista dialética de Karl Marx. Como coloca Jacó-vilela, Ferreira e Portugal (2007), “O Marxismo Mecanicista – uma mera aplicação de categorias marxistas a outros campos do saber – orientado à ‘materialização’ da psique foi uma tendência recorrente na psicologia soviética”, haja vista que se foca na compreensão da realidade, da sociedade e do homem, ao passo que coloca este último como o sujeito que constrói o mundo objetivo e a si mesmo, mediante uma ação consciente sobre a natureza, visando à satisfação de suas necessidades e à produção de seus próprios meios de existência. A Psicologia Sócio-Histórica está fundamentada, basicamente, na concepção de homem como um ser histórico-social. Assim, o ser humano não nasce formado ou possuindo uma essência pronta e imutável; ao contrário, ele se constrói como homem a partir das relações que estabelece com o meio e com os outros homens, num movimento dialético em que faz parte de uma totalidade e vai transformando-se em sua essência por um processo de complexificação e multideterminação. (KAHHALE, 2002, p.272) Isto posto, pode-se dizer que a Psicologia em questão apresenta um homem determinado pelo processo histórico e social no qual está inserido, uma vez que, para conhecê-lo, precisamos nos valer de seu contexto para, a partir do geral, chegar ao particular, psicológico e às mediações mantidas entre essas duas instâncias. (KAHHALE, 2002) No que tange a consciência, pode-se dizer que ela assume um caráter psíquico, porém, determinado pelo social. Isto é, “não é a consciência