Diversos
Em Portugal, as feiras nunca chegaram a ter a importância que tiveram noutras regiões da Europa, nomeada-mente na Flandres e, sobretudo, em França. Este facto deve-se, sem dúvida, à situação geográfica do nosso país. Daí que o comércio português fosse essencial-mente marítimo e não terrestre.
No entanto, o número de feiras em Portugal não foi reduzido. Segundo Virgínia Rau, até ao final do século XIII, estiveram em funcionamento cerca de quarenta e cinco feiras.
A mais antiga de que há conhecimento é a de Ponte de Lima (1125), que aparece mencionada no foral outorgado por D. Teresa a esta povoação, sendo por isso anterior à fundação da nossa nacionalidade. Todos os que a ela ocorressem, tanto nacionais, como estrangeiros, teriam segurança desde oito dias antes até oito dias depois da feira, na ida e na volta, contra qualquer responsabilidade civil ou criminal que pesasse sobre ele.
A partir do século XIII, os reis portugueses deram uma maior importância às feiras, o que se comprova pela concessão de um maior número de Cartas de Feira. Estes documentos criavam as feiras e estabeleciam os direitos e as obrigações dos mercadores e procuravam garantir a segurança de pessoas e bens. Por vezes, para incentivar o comércio de uma região, criavam-se as Feiras Francas, assim designadas por isentarem os feirantes de alguns impostos.
Os reis Afonso III e D. Dinis foram aqueles que se destacaram neste campo por criarem mais feiras. Este interesse dos reis no desenvolvimento do comércio justificava-se também pelos rendimentos