Psicologia escolar

1. EDUCAÇÃO INCLUSIVA: UM BREVE HISTÓRICO.
A educação inclusiva surgiu e evoluiu enquanto proposta educacional ao longo dos anos 90, a partir da realização de dois eventos internacionais, que foram a Conferência Mundial de Educação para Todos, na Tailândia, em 1990 e a Conferência Mundial de Educação Especial, em 1994, em Salamanca, na Espanha. Observou-se uma evolução histórica gradativa entre as noções de educação integradora e educação inclusiva, as quais são confundidas, realizando-se por exemplo uma prática integradora sob o a denominação de prática de inclusão.
A educação inclusiva caracteriza um princípio educacional que se baseia na defesa e afirmação da heterogeneidade entre os alunos como promotora de processos interacionais e de aprendizagem. A educação integradora parte da premissa de que existem crianças sem e com necessidades educativas especiais, às quais deveriam ser integradas gradativamente na escola comum. (BEYER, 2006)
Já o paradigma da inclusão objetiva a superação dessa dicotomia, tendo o pressuposto de que todos os que fazem parte da comunidade escolar tem suas necessidades diferenciadas, havendo, contudo, um grupo de alunos mais específico que exige metodologias mais específicas de aprendizagem. Para isso há a necessidade de proposta pedagógica que não seja nem diluída nem demasiado demarcada, abarcando, mas não segregando as diferenças (BEYER, 2006):
O desafio é construir e por em prática no ambiente escolar uma pedagogia que consiga ser comum ou válida para todos os alunos da classe escolar, porém capaz de atender os alunos cujas situações pessoais e características de aprendizagem requeiram uma pedagogia diferenciada. Tudo isto sem demarcações, preconceitos ou atitudes nutridoras dos indesejados estigmas. (p.76)
O paradigma da educação inclusiva implica o desafio de um novo fazer pedagógico, criação de novos conceitos. São ainda elementos necessários para sua concretização: equipe interdiciplinar, infraestrutura escolar adequada,