Psicologia escolar
A partir dos anos 1980, a educação passou por transformações desencadeadas pelos avanços possibilitados pela instalação e expansão de um sistema de pós-graduação que, por sua vez, vem permitindo a consolidação de um conjunto de pesquisas no Brasil e a sua repercussão na elaboração de políticas públicas, visando superar o quadro de analfabetismo dos cidadãos brasileiros. Assim como a educação, a psicologia também passou por mudanças, revendo-se enquanto ciência e buscando novos rumos, visando construir concepções críticas da atuação profissional no campo da educação.
Dois grandes marcos de discussão devem ser mencionados pelo fato de terem consequências tanto na legislação educacional, quanto na elaboração de determinadas políticas públicas em educação. Ferrari apresentou dois conceitos muito importantes para compreender os fenômenos escolares: a exclusão da escola, que diz respeito à parcela de brasileiros que jamais tiveram acesso ao sistema escolar e a exclusão na escola, que diz respeito às crianças que, embora matriculadas, não se beneficiam da escola, já que pouco aprendem. Outro aspecto importante a ser citado é o da desigualdade regional brasileira, marcada por melhores índices educacionais nos estados do Sul e Sudeste e piores índices nas regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste do Brasil.
A segunda importante discussão relacionada à pesquisa educacional foi que o grande problema da educação não se centrava nos altos índices de abandono da escola, conforme se acreditava, mas sim na repetência, já que esta não revelava a presença do aluno no sistema educacional no ano anterior.
Algumas mudanças contribuíram para uma melhoria no sistema educacional, como na Conferência Mundial sobre Educação Especial, em que foi determinado que o sistema regular de ensino do país deve escolarizar, também, todos aqueles que tenham qualquer necessidade educativa especial, o que foi um importante