Psicologia escolar
IMPLICAÇÃO E ESCUTA CLÍNICA
João Batista Martins*
O texto nos mostra que a psicologia escolar ainda tem a estigma de ser uma psicologia clinica e que devemos ter bem claras a função do psicólogo na escola para que sua colaboração na educação seja efetiva. Através de pesquisas o autor mostra que a expectativa do psicólogo na escola era de uma visão médica, onde se trataria o aluno problema ou como um mantenedor de disciplina, que conversa com os pais quando necessário, segundo Machado e Cols.(1993) apud Martins (2003).
Esses fatos, revela o autor, mostra a dificuldade da inserção do psicólogo no contexto escolar sob novas perspectivas que superem o modelo médico. No entanto, entendemos que a tentativa de Reger (1989) apud Martins (2003) em atribuir a priori uma série de papéis ao psicólogo escolar não avança na superação destas dificuldades, uma vez que o lugar ocupado por esse profissional na instituição escolar se estrutura em função do contexto e do cotidiano institucional.
O autor trás na sua vivência e pesquisas uma escola multirreferencial que nos remete para várias dimensões da atuação do psicólogo no contexto da escola. Inicialmente cabe registrar que a abordagem multirreferencial possibilita ao profissional compreender a instituição em sua complexidade, abordando os fenômenos que ali se desenvolvem sob várias óticas disciplinares: sociologia, psicologia, antropologia, etc... de tal forma que elas não se reduzam umas as outras. O autor também dá o devido valor a clinica, dizendo que a experiência clinica, o olhar clinico é de grande importância para observar os problemas da escola, segundo ele “o exercício da escuta clínica, por suas vez, tem como perspectiva desvelar dimensões do cotidiano escolar e das relações que o estruturam até então impensadas, desconhecidas, mas que tangenciam as práticas que aí se estabelecem”.
“O psicólogo, nesse lugar, tem a condição de sair
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