Psicologia do desastre
Diante de um cenário de catástrofes, há uma grande mobilização social para prestar atendimento e socorro às vítimas. Segundo a psicóloga social Maria Carolina da Silveira, a Psicologia deve estar presente nesse contexto exercendo um compromisso social. Ela afirma que a Psicologia, em todas as suas vertentes, possui material suficiente para embasar a atuação do Psicólogo em situações de desastre. (Silveira, 2011)
Silveira narra em um de seus artigos uma experiência pessoal em que vivenciou uma situação de desastre, quando no dia 07 de setembro de 2009, um tornado atingiu a cidade de Guaraciaba - SC, onde trabalhava, atingindo 90% dos habitantes. Ela relata que a primeira reação das pessoas atingidas por um desastre é a busca de um motivo para o acontecido. Segundo a psicóloga Maria Helena Pereira Franco, “é a fase de entorpecimento, na qual a reação encontrada é de choque e descrença. O enlutado tem dificuldade em entrar em contato com a nova realidade.” (Franco, 2005).
Um trabalho que nos oferece uma visão interessante sobre este fato, é o artigo “Mudanças das Rotinas Familiares na Transição Inesperada por Desastres Naturais”, onde duas enfermeiras, Gisele C. M. Fernandes e Astrid E. Boehs estudaram casos de seis famílias atingidas por um desastre natural em 2008 numa área rural no sul do Brasil. O foco da pesquisa, como o próprio nome já indica, é a mudança repentina da rotina das famílias atingidas. Com relatos das próprias vítimas do desastre, o artigo nos permite saber como o evento é percebido por estas pessoas em todas as dimensões na trajetória anterior e pós-desastre.
Os relatos do trabalho de Fernandes e Boehs mostram a frustração e a sensação de impotência das pessoas diante do acontecimento, o medo da ocorrência de um novo desastre se torna constante, e a mudança radical de rotina culmina no adoecimento, hospitalizações e até tentativas de suicídio de alguns membros das famílias atingidas. Silveira relata que