PSICOFARMACOLOGIA ANTIEPILETICOS
Artigo de revisão
Olhando para trás: um novo caminho possível para a descoberta de drogas em psicofarmacologia Edward Shorter*
INTRODUÇÃO
Em vista da atual desaceleração no desenvolvimento de psicotrópicos inovadores, tem sido observado um crescente interesse na revisão de compostos do passado que foram bem-sucedidos, mas que agora estão esquecidos1. A idéia não é reciclar os golden oldies, mas determinar o perfil de ação em receptores das drogas com eficácia comprovada que foram esquecidas e determinar quais os compostos patenteáveis que podem apresentar um perfil similar de receptores. Desde a introdução da psicofarmacologia moderna, com os primeiros ensaios de clorpromazina em 1952, milhares de compostos já foram sintetizados.
Muitos desses demonstraram eficácia em ensaios clínicos abertos ou em casos isolados, apenas para serem deixados de lado por erros do tipo II resultantes de ensaios controlados sem poder estatístico suficiente, freqüentemente com
Original em inglês publicado em Nature Rev, v.1. © 2002 Nature Publishing
Group. Tradução publicada com autorização do autor.
* PhD, FRSC, Professor do Departamento de Psiquiatria, Faculdade de
Medicina, Universidade de Toronto, Ontário, Canadá.
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populações heterogêneas no que diz respeito a tratamento (um erro do tipo II significa a aceitação da hipótese nula quando ela é falsa). O presente artigo considera vários desses compostos esquecidos, mas possivelmente eficazes, que foram retirados do mercado sob circunstâncias um tanto especiais. O Estudo da Eficácia de
Drogas ( Drug Efficacy Study ) da Academia
Nacional de Ciências ( National Academy of
Sciences, NAS) e do Conselho Nacional de
Pesquisa (National Research Council, NRC), de
1966-1968, e sua implementação pela Food and
Drug Administration (FDA) norte-americana nos anos de 1968-1974, conhecida pelo acrônimo burocrático DESI ( Drug Efficacy Study