golpe militar
No dia 1° de abril deste ano, completam-se 50 anos do golpe de Estado das Forças Armadas do Brasil contra o governo do então presidente João Goulart, que lançou o País em uma ditadura militar que inibiu os direitos individuais da população e perdurou por 21 anos, até chegar ao final, em 1986, com o movimento Diretas Já.
Um dos períodos mais conturbados da história brasileira, o regime militar encontrou diversas formas de resistência, que eram suprimidas de maneiras cada vez mais violentas ao longo dos anos. Os quadrinhos, por meio de charges e cartuns de humor, foi uma das áreas usadas para se criticar a ditadura e apresentar materiais considerados impróprios pelo então governo, mas que nem por isso passava despercebida.
Depois do retorno da democracia e a instauração da Nova República, os anos de repressão não resultaram em grande produção de materiais na forma de quadrinhos, apesar de ser um assunto fértil, cheio de possibilidades narrativas. Chega a ser curioso notar que um tema tão importante não tenha sido explorado e relembrado como se poderia supor. Quem sabe, nos próximos anos…
Ainda assim, alguns autores exploraram o assunto na forma de arte sequencial. O Universo HQ mostra aqui dez obras que abordaram o tema. O Judoka foi uma revista em quadrinhos mensal publicada a partir de abril de 1969, pela Editora Brasil-América Ltda. (EBAL). Em seu sétimo número passa a ser escrito e desenhado no Brasil. Nesse momento, há uma mudança no argumento das histórias, a roupa do herói passa a conter as cores e a forma da bandeira nacional, e o herói deixa de ser representado por um soldado para se tornar um jovem estudante. Mas, qual o sentido de se desenhar um herói com as cores da bandeira do Brasil e, ao mesmo tempo, exaltar a prática das artes marciais nesse período? Um possível caminho para responder a essa questão surge da suspeita de que a EBAL era muito próxima ao governo