Práticas em creche
1. Um estudo que se situa simultânea e indissociavelmente no percurso profissional da autora e na intersecção dos discursos e das práticas das participantes e da autora
A presente dissertação encontra-se estritamente ligada ao nosso percurso profissional e académico, a uma continuidade e a um empenho de ser, de sentir e de desejar saber-ser educador de infância (cf. Anexo nº1). Neste envolvimento e comprometimento com a educação de infância, o processo de investigação foi progressivamente construído a partir de uma visão «de dentro», das nossas próprias práticas e concepções, visão essa que se cruza permanentemente com as concepções e práticas observadas através de uma proximidade profissional directa com as educadoras participantes, com as suas equipas, com as crianças, com as situações observadas e os contextos educativos em geral, relativamente aos quais tentámos ter um acesso detalhado e profundo. A intima relação com as práticas desenvolvidas no contexto educativo da creche, ao longo do nosso percurso profissional, e a observação directa das práticas das educadoras participantes, coloca-nos numa relação de saber de interioridade com o nosso objecto de estudo, que é por isso indissociável do nosso percurso profissional e académico. Por tal circunstância, este estudo compreensivo e interpretativo das concepções e das práticas das educadoras participantes, é marcado pela colaboração de educadoras de creche que numa pretendida identidade e cumplicidade colectiva, remetem para a nossa própria autobiografia.
De uma forma geral, podemos então indicar que a nossa motivação para este trabalho resulta e envolve o cunho da nossa trajectória prática de profissionais de educação. Queremos salientar o nosso interesse pessoal, consubstanciado pelo percurso feito, de auxiliar de educação a educador de infância, após o qual temos trabalhado em parceria com o Ministério do Trabalho e de Segurança Social de Setúbal, na formação de amas, e com a Escola Superior