provas
LÍNGUA PORTUGUESA E
LITERATURA BRASILEIRA
Nesta prova, você encontrará textos que retratam algumas paisagens físicas e humanas do Rio de Janeiro. Através do olhar de diferentes autores da literatura brasileira, a UFRJ homenageia a cidade que a acolhe. TEXTO 1:
escapulário
Oswald de Andrade
No Pão de Açúcar
De Cada Dia
Dai-nos Senhor
A Poesia
De Cada Dia
(In: Poesias reunidas. 5a ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1971, p. 75)
Nota: escapulário: objeto de devoção formado por dois quadrados de pano bento, com orações ou uma relíquia, que os devotos trazem ao pescoço.
Camelôs
Manuel Bandeira
Abençoado seja o camelô dos brinquedos de tostão:
O que vende balõezinhos de cor
O macaquinho que trepa no coqueiro
O cachorrinho que bate com o rabo
Os homenzinhos que jogam boxe
A perereca verde que de repente dá um pulo que engraçado
E as canetinhas-tinteiro que jamais escreverão coisa alguma
Alegria das calçadas.
Uns falam pelos cotovelos:
- “O cavalheiro chega em casa e diz: ‘Meu filho, vai buscar um pedaço de banana para eu acender o charuto.’ Naturalmente o menino pensará:
‘Papai está malu...’”
Outros, coitados, têm a língua atada.
Todos, porém, sabem mexer nos cordéis com o tino ingênuo de demiurgos de inutilidades.
E ensinam no tumulto das ruas os mitos heróicos da meninice...
E dão aos homens que passam preocupados ou tristes uma lição de infância.
(In: Libertinagem. Seleta em prosa e verso. (Org. Emanuel de Moraes), Rio de
Janeiro: José Olympio, 1971, p.131).
QUESTÃO 1
A crítica literária considera que a poesia de Oswald de Andrade apresenta duas vertentes: uma ‘destrutiva’ e uma ‘construtiva’. Explique de que modo esses dois traços aparecem na intertextualidade realizada por
Oswald no poema.
TEXTO 2:
TEXTO 3:
O Padeiro (fragmento)
Rubem Braga
Tomo meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim. E enquanto tomo café vou me lembrando de um homem modesto que conheci antigamente.