Professores e o déficit de atenção
Os professores passam longas horas do dia com as crianças na sala de aula e, por isso, muitas vezes são os primeiros a perceber nelas os sintomas de TDAH. Consequentemente, seu papel é importantíssimo na orientação que deve ser dada aos pais, mas não significa que eles estejam aptos para fazer os diagnósticos.
* A polêmica da ritalina contra a inquietação na vida escolar
Para a psicóloga Roseli Caldas, da Abrapee (Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional), a suspeita que muitos professores têm de que seus alunos são portadores de TDAH pode ser infundada, já que, em uma “sociedade hiperativa” como a atual, as crianças estão submetidas a inúmeros estímulos ao mesmo tempo, o que pode distrai-las. Além disso, a desatenção constantemente se dá em função de aulas enfadonhas, pouco estimulantes, distanciadas da realidade e sem atender às necessidades reais da criança.
“As atividades propostas às crianças devem fazer sentido para elas, o que irá possibilitar maior chance de motivação, atenção e interesse. É preciso conhecer e buscar compreender quais as razões da aparente desatenção. Sempre estamos focando nossa atenção em algo. Se não é na aula, é preciso identificar em que a criança está escolhendo manter a atenção e por quê”, afirma a psicóloga.
Outra questão recorrente é que muitos pais são excessivamente permissivos, têm dificuldade de estabelecer regras e limites sociais, e seus filhos acabam facilmente “confundidos” com portadores de TDAH. “Isso é quase um álibi, uma vez que parece mais aceitável socialmente que o filho seja portador de TDAH do que tido por ‘mal educado’”, afirma Caldas.
A psicóloga sugere algumas alternativas para quem precisa trabalhar com grupos grandes de crianças:
* Aproveitar as crianças que aprendem com mais rapidez para que auxiliem seus colegas. É o conceito de “pares mais hábeis”, utilizado pelo psicólogo russo Lev Vygotsky, representante da Psicologia Histórico-cultural e que