Professor
Prof. Dr. Mauro Cardoso Simões
1 - Objeto da ética;
Diversos alunos e pesquisadores acreditam que as discussões éticas são facilmente solucionáveis por um apelo ao senso comum ou aos filósofos. Veremos neste texto que a tarefa nem sempre é tão simplista, como parece à primeira vista. A primeira se refere à confusão entre moralmente correto e ético, ou seja, muitas pessoas acreditam que a posição aprovada coletivamente num dado momento histórico é, ao mesmo tempo, o que lhes permite defini-la como sendo ética. Uma coisa é o relativismo moral e cultural, outra é a ação ética. A confusão aumenta à medida que se consulta um determinado pensador que aparentemente respalda moralidade do senso comum. Uma das estratégias adotadas neste trabalho é contribuir para o discernimento conceitual, para, em seguida, apresentar alguns filósofos que avançaram nas discussões que aqui nos ocuparão.
1.1 - Conceito de Moral
A palavra Moral vem do latim mos ou mores, e quer dizer costume, no sentido de um conjunto de normas ou regras adquiridas por hábito (héxis). A moral se refere ao comportamento adquirido, o modo de ser conquistado pelo homem.
Então se pode dizer que ethos, do grego, e mos, caráter e costumes, assentam-se em um modo de comportamento que não corresponde a uma disposição natural, mas que é adquirido ou conquistado por hábitos. Dessa forma, a ética, sendo diferente da moral, não pode ser reduzida a um conjunto de normas e prescrições, ou seja, ela possui a tarefa de explicar e justificar racionalmente a moral existente.
Por moral não se compreende, em primeiro lugar, um comportamento que aprovamos frente a outro que reprovamos como imoral. Nem se toma a palavra como o código intemporal, ou seja, “a” moral, que deveria reger nossas ações. A palavra moral deriva do latim mos e tem um aspecto das ações humanas que privilegia os modos de ser, o caráter, os costumes.
Neste sentido, moral é sinônimo de voluntário, intencional, mas também como o