Trovadorismo - português
TROVADORISMO
Conhecido como Primeira Época Medieval, surgimento ocorreu no mesmo período em que Portugal começou a despontar como nação independente, no século XII. Possuiu características próprias, uma grande produtividade e um número considerável de autores conservados. A mais antiga manifestação literária que se pode datar é a cantiga "Ora faz host'o senhor de Navarra", do trovador português João Soares de Paiva ou João Soares de Pávia, composta provavelmente por volta do ano 1200.
Trovadores eram aqueles que compunham as poesias e as melodias que as acompanhavam, e cantigas são as poesias cantadas.
Com base na maioria das cantigas reunidas nos cancioneiros, podemos classificá-las da seguinte forma:
A cantiga de amor
O cavalheiro se dirige à mulher amada como uma figura idealizada, distante. O poeta, na posição de fiel vassalo, se põe a serviço de sua senhora, dama da corte, tornando esse amor um objeto de sonho, distante, impossível.
Exemplo de lírica galego-portuguesa (de Bernardo de Bonaval): "A dona que eu am'e tenho por Senhor amostrade-me-a Deus, se vos en prazer for, se non dade-me-a morte. A que tenh'eu por lume d'estes olhos meus e porque choran sempr(e) amostrade-me-a Deus, se non dade-me-a morte. Essa que Vós fezestes melhor parecer de quantas sei, a Deus, fazede-me-a veer, se non dade-me-a morte. A Deus, que me-a fizestes mais amar, mostrade-me-a algo possa con ela falar, se non dade-me-a morte."
A cantiga de amigo
São cantigas de origem popular, com marcas evidentes da literatura oral (reiterações, paralelismo, refrão, estribilho), recursos esses próprios dos textos para serem cantados e que propiciam facilidade na memorização. Esses recursos são utilizados, ainda hoje, nas canções populares.
Exemplo (de D. Dinis) "Ai flores, ai flores do verde pino, se sabedes novas do meu amigo! ai Deus, e u é? Ai