Professor
Farmacoterapêutica. Ano XVII - Número 01 - jan-fev-mar/2013 CEBRIM/CFF) José Augusto Cabral de Barros Ex-professor dos Departamentos de Medicina Social da UFPE e de Saúde Coletiva da UFJF; Doutor em Epidemiologia pela Universidade Autônoma de Barcelona josebarrs@uol.com.br / jaugustobarros.blogspot.com Tentando compreender o processo saúde-doença É inerente a todo ser humano, desde priscas eras, a busca da saúde e da felicidade. As estratégias para consecução das mesmas é que se ajustam, ao longo da história da humanidade, ao progresso contínuo no âmbito das diversas ciências, além das concepções de natureza filosófica ou das modificações de ordem sócio-econômica que foram ocorrendo com o passar do tempo. A trajetória das concepções a respeito das origens das doenças e das práticas decorrentes em função do retorno ao estado de saúde vai se
modificando com o caminhar da história. Nessa trajetória, podem ser identificados alguns paradigmas ou modelos explicativos que, vão de uma visão de caráter mágico-religioso a uma abordagem que caracteriza o modelo biomédico ou mecanicista, hegemônico na atualidade (Barros, 2002; Taylor, 1979). Nesse contexto, mudanças de impacto podem ser identificadas quando ocorre um desvio do foco centrado nas forças sobrenaturais ou divinas como explicação das doenças tendo início, gradativamente, o enfoque das mesmas como um fenômeno natural, passível de ser compreendido e manejado sem a predominância da religiosidade, mesmo que a mesma sobreviva ou seja concomitante em muitas culturas atualmente. Esse novo enfoque, que pode ser designado como medicina empírico-racional teve seus primórdios no Egito (papiros com fragmentos de textos médicos datam de três mil anos antes de Cristo). No ocidente, especulações com vistas a encontrar uma explicação não sobrenatural devem muito aos primeiros esforços de alguns pioneiros que tentam entender os fenômenos da vida e da natureza, em uma nova dimensão