Professor
NOME: Sônia Moreira Araujo
UNIDADE ESCOLAR: Centro Educacional Nova Luz Jardim Escola Pequeno Torcedor
Quando era criança, brincava de “casinha”, de “costurinha” e de “professora”. Para as brincadeiras de “casinha e costurinha” tinha referenciais, mas de professora... eu ainda não tinha ido `a escola Minha primeira professora, dava aulas no porão de sua casa. Foi com ela que aprendi a ler. Quando tive acesso a escola formal, o esquema era bem diferente. Aquele contato dual deixou de acontecer. Éramos todos “iguais”. A professora, lá na frente, falava para todos, que tinham que entender e aprender. Eu fazia parte do grupo que “entendia”. Sou do tempo em que o ensino público começou a ser democratizado, ou seja, a oferta de vagas começou a se estender para as camadas populares (ficou faltando garantir a qualidade). Professoras recém formadas, inexperientes, começavam a escrever essa história que parece não ter fim. Quando decidi fazer Escola Normal, ainda muito jovem, sem uma visão crítica de minha situação sócio-cultural, tinha apenas uma certeza: queria ser uma boa professora. Uma professora que conseguisse ensinar seus alunos a aprender a ler e a escrever. Minha certeza foi “desconstruída” ao longo dos três anos de curso. Não consigo me lembrar do que aprendi naquele período, que tivesse me levado a atingir o objetivo traçado. Um mês antes de colar grau, decidi procurar uma vaga para o ano seguinte numa pequena escola próxima a minha casa e lá, com uma pessoa como aquela que me ensinou a ler no porão de sua casa, aprendi a ser professora. Durante quatro anos alfabetizei crianças, de forma empírica, mas com bons resultados. Quando me tornei professora da rede municipal do Rio de Janeiro aproveitei todas as oportunidades que me foram oferecidas em relação a cursos, seminários, congressos,