Professor
Texto de apoio – Prof. Wil Martins
A Europa ficou, por séculos, isolada. As invasões germânicas que haviam posto fim ao Império Romano, no século V d.C., resultaram na fragmentação do continente em pequenos reinos. As incursões dos muçulmanos, vindos das margens meridionais do Mar Mediterrâneo, no século VIII, contribuíram para acelerar a posterior divisão do poder, fortalecendo os laços feudais e a vida rural. Outras invasões se seguiram, como os ataques dos mongóis de Gêngis Khan, no século XII, e, por fim, dos otomanos, a partir do final do século XIII.
O comércio com o Oriente nunca deixou de existir, mas só voltou a ser importante a partir do renascimento das cidades europeias, na Baixa Idade Média. Vinham do Oriente a seda e as especiarias, sendo as cidades italianas de Gênova e Veneza as grandes potências ocidentais que controlavam essas rotas. Tudo isso começou a mudar com o avanço dos turcos otomanos, ao ameaçarem as rotas mediterrâneas para o Oriente. A queda do Império Bizantino, com a tomada de Constantinopla, em 1453, representou um duro golpe para as ligações comerciais e foi um importante estímulo para que outros caminhos para o Oriente fossem buscados.
O comércio de especiarias orientais estava nas mãos dos comerciantes italianos, tanto antes como depois da expansão otomana. Isso também foi um fator importante para que outros tentassem rotas alternativas para a Ásia. A saída parecia estar no Atlântico, e os portugueses estavam em condições privilegiadas para isso.
Em primeiro lugar, Portugal havia se mantido como uma monarquia coesa e pouco afetada pelas guerras que devastavam outras potências, como a Inglaterra e a França, por exemplo, que se enfrentaram, entre 1337 e 1453, na chamada Guerra dos Cem Anos. Também em virtude dessas mesmas guerras continentais, as antigas rotas marítimas do Mar do Norte e Báltico ficaram prejudicadas, favorecendo, dessa forma, as alternativas atlânticas, em particular