Professor
Quando, em 1896, o norte-americano Tan Burke usou um calçado com pregos no solado e se agachou para a largada dos 400 metros da primeira olimpíada da era moderna, seus adversários, que estavam em pé, acharam muito estranho. Mas, quando ele ganhou o ouro nos 100 e 400 metros, ficou provado que o acessório e a postura garantiam maior impulso na largada e estabilidade no resto da prova.
Desde então, devido aos avanços tecnológicos e à melhora no condicionamento físico, assistimos à quebra constante de recordes. A maioria das marcas de algumas décadas atrás hoje é atingida por atletas amadores. Se já havia uma grande pressão junto aos atletas por motivos políticos, a exemplo das equipes russa e americana durante a guerra fria, a vinculação ao marketing aumentou exponencialmente essa cobrança.
Além da alta carga de treinamento, começa-se cada vez mais cedo. As consequências, naturalmente, são várias sequelas, físicas e psicológicas, e a curta “vida útil” dos atletas. Para agravar ainda mais a situação, a indústria farmacêutica lança novas drogas lícitas que aumentam o rendimento.
Outra questão polêmica diz respeito à pesquisa genética no esporte, com a introdução de genes ou células geneticamente modificadas nos tecidos humanos com o objetivo de bloquear a atividade de genes prejudiciais, ativar mecanismos de defesa imunológica ou produzir moléculas de interesse terapêutico.
Iniciação precoce - Atualmente são comuns crianças sujeitas a altas cargas de treinamento especializados, visando objetivos e resultados imediatos. O excesso de treinamento, as competições e o acúmulo de responsabilidades prejudicam a vida social do atleta. Ele não tem mais tempo para os amigos ou outras atividades que lhe dão prazer e tem sua infância truncada repentinamente.
Quanto mais cedo o atleta se submeter à sobrecarga de treinamento e aos inevitáveis mecanismos traumáticos, mais precoce será a sua aposentadoria. O tecido que vem a