professor
Juarez de Castro Oliveira1
1. Introdução
Até o período que compreende o final da década de 1940 e o início do decênio seguinte, o saldo migratório internacional no Brasil era considerado positivo, uma vez que as correntes migratórias oriundas de outros países superavam aquelas constituídas por brasileiros que intencionavam fixar residência no exterior. Na verdade, desde a chegada dos primeiros portugueses, o Brasil se caracterizava por ser um país receptor de estrangeiros, fossem eles os próprios colonizadores, os religiosos catequistas, os invasores europeus – franceses e holandeses -, os escravos vindos da África, a mão-de-obra importada para os grandes latifúndios, antes dependente do trabalho escravo, os refugiados de guerra, entre outros grupos que chegaram ao país, estabelecendo-se em colônias nas Regiões Sudeste e Sul, muitas das quais mantendo preservadas suas tradições culturais originais.
Encerrados, então, os últimos grandes movimentos migratórios internacionais para o Brasil, aqueles formados por europeus refugiados da Segunda Grande Guerra Mundial, as trocas populacionais entre estrangeiros e brasileiros praticamente se compensavam, tornando o saldo migratório líquido internacional tão próximo de zero que, a partir de 1950, não tem sido considerado nas projeções populacionais elaboradas para o Brasil.
Neste documento, não constituem objetos de abordagens os aspectos sócio-econômicos e culturais, políticos, étnicos, ou mesmo religiosos que podem, em maior ou menor escala, motivar ou determinar a migração internacional no Brasil. Mas, é certo que, em nível planetário, os expressivos e céleres avanços tecnológicos no campo das comunicações entre os povos, associados à chamada globalização, propiciaram o intercâmbio de culturas, uma aproximação mais estreita entre os povos e, até mesmo, o deslocamento entre países e