Professor N O Educador
“Nunca deixei que a escola interferisse em minha educação”. (Mark Twain)
Qual é o papel da escola e dos professores? Qual é a distinção entre ensino e educação? Deve o professor assumir um papel de educador, ou sua função é basicamente a de instruir seus alunos com o máximo de conhecimento possível para facilitar seu sucesso no mercado de trabalho?
Estas são questões de fundamental importância, especialmente no momento atual, em que vemos tantos professores se arrogando o papel de educadores, incutindo valores morais (ou imorais) na cabeça de seus alunos, tentando, como colocou o novo ministro da Educação, “conquistar mentes e corações” durante suas aulas.
Historicamente, todo governo autoritário começou tentando enfraquecer a influência da família, instituição que invariavelmente representou um enorme obstáculo às pretensões totalitárias dos tiranos. Usurpar, portanto, o papel de educar os próprios filhos é um objetivo antigo de todo aquele que pretende conquistar o poder e controlar os demais.
Sobre esse assunto, li e recomendo o livro Professor não é educador, de Armindo Moreira. São apenas cem páginas, com algumas pitadas de humor e diálogos entre pais de alunos e diretores ou professores que retratam a mentalidade vigente em nosso país, que confunde instrução com educação.
Moreira foi professor por décadas, em vários países, e conhece a fundo o tema. Seu ponto de vista merece reflexão. Para ele, educar é “promover, na pessoa, sentimentos e hábitos que lhe permitam adaptar-se e ser feliz no meio em que há de viver”. Ou seja, são os valores transmitidos basicamente pela família.
Já instruir é “proporcionar conhecimentos e habilidades que permitam à pessoa ganhar seu pão e seu conforto com facilidade”. Por essa diferença nos conceitos é que conhecemos pessoas instruídas e mal educadas, assim como pessoas analfabetas com educação.
A confusão entre os conceitos interessa, a