produçao toyota
O artigo mostra a difusão do toyotismo com seus métodos peculiares de gestão da força de trabalho, nas economias ocidentais por volta dos anos 90. Tal processo foi acompanhado da aplicação conjunta de outras estratégias pela indústria automotiva ocidental, tais como o embasamento na abertura comercial crescente das economias nacionais, por meio do qual essa indústria iniciou uma exploração ainda mais rigorosa das “vantagens” comparativas locais, como o elevado estado das artes da tecnologia dos países centrais e o baixo custo das matérias-primas e da força de trabalho na periferia.
O objetivo do presente texto é, pois, evidenciar como o processo de gestão do trabalho oriundos do Sistema Toyota de Produção se manifesta na realidade, por meio de informações obtidas em um estudo de caso realizado entre 2005-2006, numa empresa sistemista de autopeças de capital transnacional. As alterações na organização do trabalho na empresa demonstram como as novas exigências de qualificação profissional e educacional, articuladas aos métodos gerenciais de avaliação dos trabalhadores nos processos de contratação e promoção, têm resultado em uma aproximação entre gerências assalariadas e operariado, mediante a qual a lógica da acumulação capitalista transcende o nível das relações entre as empresas nas cadeias, para se instalar nas relações entre os próprios assalariados no ambiente de trabalho.
O advento do toyotismo no Japão quanto sua difusão mundial, após os anos 1970, são realidades cuja compreensão é deficitária, se não admitirmos com momentos de uma totalidade histórica maior.
A EMERGÊNCIA DO SISTEMA TOYOTA DE PRODUÇÃO E A REAÇÃO DA INDÚSTRIA AUTOMOTIVA OCIDENTAL
Nos países capitalistas centrais do Ocidente, a propriedade privada dos meios de produção admitiu, junto ao surgimento das grandes corporações (metade do século XX), certa multiplicidade de nacionalidades, gerando, uma intensa