Processo de formação das favelas cariocas
(Adriana Mendes de Pinho. Programa Favela Bairro: integração e utopia? O caso de Fernão Cardim. Orientador: Mauro César Santos. Rio de Janeiro: UFRJ / FAU, 1995.)
A violência no Rio de Janeiro vem de tempos antigos e não é de hoje que o morador de uma comunidade é discriminado apenas por morar em uma favela, a comparação existe desde o início do século XIX, vários motivos motivaram essa ideia que a elite passou para o povo.
Podemos destacar como as principais causas da favelização: a abolição da escravatura, a crise nas áreas rurais o êxodo rural e as migrações para a capital que no momento era o Rio de Janeiro, o início da industrialização e a Reforma Passos, que derrubou diversos quarteirões onde se encontravam vários cortiços, e consequentemente aumentou o número de desabrigados.
Devido a perseguição as moradias coletivas, demoliram também o famoso cortiço “Cabeça de Porco”. Justificando como uma medida de higiene pública, o prefeito Candido Barata Ribeiro desabrigou mais de duas mil pessoas. Além disso, na visão de alguns jornalistas, foi comemorado o fim de um lugar onde moravam marginais,
Dessa forma alguns moradores do Cabeça de Porco, receberam autorização para migrarem para o Morro da Providência onde aumentou a moradia, em 1897, soldados que lutaram na Guerra de Canudos, também habituaram o Morro da Providência, ganhou um apelido de Morro da Favela, por causa de uma planta que existia no morro, cujo o nome fazia referência a uma planta existente no arraial baiano. Assim todas as colinas habitadas por barracos ganharam o nome de favela.
Pode-se notar que, essa visão preconceituosa vem desde o início da República e o interesse da elite sempre esteve em primeiro lugar, onde desabrigaram pessoas por causa da europeização do Rio de Janeiro, para ser o cartão postal da recém-criada República. Desse jeito, as favelas passaram a ser consideradas corpos estranhos dentro da