Favela Não é invasão de terrenos
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A formação de uma favela não é simplesmente dada pela invasão de terrenos, mesmo tendo fisicamente este momento inicial, existe um entrelaço de outras questões que analisamos no decorrer deste trabalho, sendo a principal dessas questões a exploração, resultado de uma luta de classes, onde o expropriado é o trabalhador, que excluído da região central toma os rumos decididos pelo capital, perdendo o direito à cidade. A derrubada dos cortiços carioca é parte fundamental deste processo, tirando do trabalhador não só a possibilidade de proximidade com o centro - transformado em um grande espaço de mercado - mas a sua interação com o todo social, originando grande parte da população que hoje ocupa as favelas cariocas, e em linhas históricas chegamos e entender o processo de ocupação da Favela Fé em Deus e seu desenvolvimento. Neste processo de expropriação o Estado exerce o poder coercitivo para destituir o espaço ocupado pela classe trabalhadora, posto que tende aos interesses das classes dominantes. Este mesmo Estado, que deveria suprir as necessidades urbanas habitacionais, em outro momento dado ao crescente déficit habitacional, passa a permitir que a população pobre resolver seus problemas habitacionais com as ocupações ilegais ou irregulares, sendo que são direitos que deveriam ser providos pelos governos. Uma vez que é dado a classe trabalhadora a possibilidade de prover sua própria moradia, os espaços que restavam eram os mais hostis, morros ou beira de rios áreas sujeitas as condições naturais e distanciadas dos centros financeiros, em meio a espoliação urbana sofrida o mesmo trabalhador explorado no mercado de trabalho é obrigado a produzir, com seus meios precários, sua casa, situação caracterizada em mais uma forma de exploração através da autoconstrução, e o espaço vai tomando forma e conteúdo neste processo. As ações de governo tem sido paliativas, existe em seus discursos a promessa de acabar com o problema das favelas, mas não tem