XIII CONGRESSO BRASILEIRO DE ASSISTENTES SOCIAIS
BRASÍLIA, 31 DE JULHO A 05 DE AGOSTO DE 2010
Autores: Eblin Joseph Farage
Instituição: Universidade Federal Fluminense
APONTAMENTOS SOBRE AS DIFERENTES FORMAS DE SOCIABILIDADE CONSTRUÍDAS NAS FAVELAS CARIOCAS.
Resumo: A constituição das favelas está intrinsecamente ligada ao desenvolvimento industrial e capitalista, sem, contudo, ser uma contradição desse processo, mas ao contrário sendo parte consubstancial e necessária para sua manutenção. Sendo expressão da lógica capitalista, ao mesmo tempo em que produz e concentra riqueza, também produz pobreza, miséria, apartamentos e sociabilidades. A pesquisa tem por objetivo compreender as complexas relações que produzem os espaços populares, assim como as representações e ações dos seus moradores e do poder público. Destacando as diferentes formas de resistência e sociabilidade, geradas pelas ações de diferentes grupos sociais, que não aceitando a sua condição de subalternidade, imposta pela estrutura racista e preconceituosa da sociedade capitalista criam nas favelas e em diferentes espaços urbanos formas de se apropriar da cidade formal.
Palavras-chaves: Favela, Sociabilidade, Cidade, Representações
1- INTRODUÇÃO As favelas cariocas vêm nas últimas duas décadas tomando a cena de noticiários, reportagens e da imprensa, na maioria das vezes a partir da violência, sem, no entanto ser questionado as diferentes formas de violência geradas pelo Estado e pela formação capitalista que produzem esses espaços. Vista como o espaço da ausência, da precariedade e da falta de recursos, as favelas passam a ser consideradas uma “cidade” a parte da cidade formal. Um espaço que se constitui com regras próprias, no qual o Estado não pode intervir. Considerada pelo senso comum como espaço da prostituição, da vagabundagem, da malandragem e da desordem, seus moradores acabam sendo colocados em uma posição de não sujeitos e não cidadãos[1] . Essa imagem