PROBLEMATIZA O
O texto, escrito pelo terapeuta Salvador Minuchin, narra uma consultoria dada por ele para uma família, num atendimento a um casal, seus filhos e a esposa do seu filho mais velho. Um senhor de 68 anos, chamado Emílio Rivera, diagnosticado como hipocondríaco.
O QUE É HIPOCONDRIA
Os pacientes manifestam queixas somáticas persistentes ou uma preocupação duradoura com a sua aparência física.
Ele apresenta fortes dores nas costas, na cabeça e dificuldade de locomoção se mantendo acamado em condição de passividade e invalidez diante da superproteção e controle da esposa Dolores, sendo estes, comportamentos também seguidos pelos filhos Dion, Rafael e a nora Mariela.
Dolores diariamente se dispunha a fazer tudo pelo marido com a justificativa de que ele não possuía condições de agir por si só, contribuindo dessa maneira, para que ele cada vez mais perdesse sua autonomia e, consequentemente, estabelecendo no lar um sistema de coodependência e certo enclausuramento, definido por Minuchin como prisão de amor.
Com o passar dos anos a família se moldou e se acomodou em meio a essa situação que somente foi percebida quando todos se paralisaram diante do despertar de um desejo de liberdade proferido por Emílio em viajar à Costa Rica. O problema se resume, então, especificamente, na revelação de uma doença manifestada como sintoma de um problema muito maior ocasionado
pela estrutura familiar rígida baseada em uma organização em que todos os membros estão ativamente envolvidos e perceptivelmente resistentes à mudança.
COMO A FAMÍLIA CHEGOU ATÉ MINUCHIN
O contato de Minuchin com a família se deu através do diretor da unidade geriátrica de Brooklin, onde a família vivia. Após dezessete anos de reclusão e acamamento, Emílio começou a participar das atividades organizadas na unidade geriátrica, que eram mais destinadas a preencher o tempo do que serem produtivas, o que o levou a querer voltar à Costa Rica, devido a uma saudade dos amigos e do seu self antigo. Foi