Pro dia nascer feliz
Sob a perspectiva dos alunos observo dois pontos que o documentário deixa claro, a separação entre: aluno de escola pública e aluno de escola privada.
Como exemplo da rede pública, cito a cena das alunas Clécia e Valeria, elas desejam estudar e ter um futuro melhor, entretanto existem enormes dificuldades, como estrutura da escola (onde as telhas do banheiro estão caindo e não ocorre higienização porque não tem descarga) e o transporte dos estudantes (que só fica quebrado), o que me faz lembrar da LDB, que deixa claro em seu artigo 30, que o ensino tem como princípio igualdade de condições para o acesso e permanência na escola, isso nos permite perceber, infelizmente, que na prática a teoria é outra, pois as leis da educação são prescritivas e não normativas, o que acarreta na não punição para as infrações.
Além disso, o filme mostra alunos como Douglas, que têm uma forte tendência para entrar na vida do crime, entretanto ele participa de um projeto de banda musical na escola, o que a meu ver, pode ter o influenciado positivamente para que ele conseguisse realizar seu sonho que era entrar no quartel.
Já na rede privada, uma das alunas tenta mencionar uma preocupação com os pobres para, em seguida, dizer que não pode se mobilizar em prol de uma melhoria social porque isso implicaria em abandonar sua rotina de natação, clube e yoga, ela deixa claro ter sorte de ter nascido na elite. Essa é uma típica fala de pessoas que são “controladas” pelo governo, assim como diz Libâneo (2011) ao falar do neoliberalismo “tanto a educação como o conhecimento passam a ser entendidos como mercadorias, fatores de produtividade econômica”, a educação dessa menina é totalmente voltada para o mercado, ela pretendia, e começou a fazer, engenharia na USP, sendo assim, a escola dela