pro dia nascer feliz

Reflexão crítica sobre o documentário “Pro dia nascer feliz.”

O documentário Pro dia nascer feliz, do diretor JoãoJardim (2006, 88 min) oferece-nos a possibilidade de umaprofunda reflexão sobre o sistema educacional brasileiro, sobvários aspectos, que incluem desde políticas de acesso àeducação, estruturas precárias dos estabelecimentos deensino, a questão das desigualdades econômicas, e tambémdos professores que atuam no ensino. Todos estes aspectossão manifestos sob a ótica e a voz dos adolescentes e jovens e de alguns professores. Ao trazer o depoimento dos alunos deseis escolas situadas em diferentes lugares do Brasil, ou seja,em São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco, o documentárioaponta as disparidades existentes entre uma escola de classealta paulista e as demais realidades precárias e indignas deescolas de periferia e de localidades longínquas do nordestebrasileiro.

Nesta discussão, busca-se destacar três destesaspectos referenciados no documentário, tecendo-se algumasconsiderações à luz das políticas educacionais, em especial soba perspectiva da gestão escolar. Ocorre que todas as políticas,ações e fazeres da escola estão envolvidos sob o prisma dagestão. As demandas da sala de aula, da escola e do sistemase interligam a uma rede de relações que constituem a gestãoescolar e educacional. Assim, esta análise recai sobre os dadosde acesso a Educação Básica, registrados em 2006 e ascondições de formação e trabalho docente e as perspectivas(ou a falta delas) no universo juvenil.
As primeiras imagens do filme fazem referência a umacampanha educacional lançada em 1962, época em que,segundo as informações apresentadas no documentário, cercade 14 milhões de jovens em nosso país estavam fora da escolae, a referida campanha fazia então uma alusão ao aumento dacriminalidade associada ao fator da exclusão do sistemaeducacional.
Segundo dados do INEP (BRASIL, 2007, p. 34), no anode 2006, verificou-se aproximadamente 55,9 milhões dematrículas distribuídas em