Princípios da terapia cognitivo comportamental
Princípios básicos da terapia cognitivo-comportamental A
prática clínica da terapia cognitivo-comportamental (TCC) baseia-se em um conjunto de teorias bem-desenvolvidas que são usadas para formular planos de tratamento e orientar as ações do terapeuta. Este capítulo inicial tem o foco na explicação desses conceitos centrais e ilustra como o modelo cognitivo-comportamental básico influenciou o desenvolvimento de técnicas específicas. Começamos com uma breve visão do histórico da TCC. Os princípios fundamentais da TCC foram ligados a idéias que foram descritas pela primeira vez há milhares de anos (Beck et al., 1979; D. A.
Clark et al., 1999).
ORIGENS DA TCC
A TCC é uma abordagem de senso comum que se baseia em dois princípios centrais:
1. nossas cognições têm uma influência controladora sobre nossas emoções e comportamento; e
2. o modo como agimos ou nos comportamos pode afetar profundamente nossos padrões de pensamento e nossas emoções.
Os elementos cognitivos dessa perspectiva foram reconhecidos pelos filósofos estóicos
Epíteto, Cícero, Sêneca, entre outros, 2 mil anos antes da introdução da TCC (Beck et al., 1979).
O estóico grego Epíteto, por exemplo, escreveu em seu Enchiridion que “os homens não se perturbam pelas coisas que acontecem, mas sim
pelas opiniões sobre as coisas” (Epitectus 1991,
p. 14). Também nas tradições filosóficas orientais, como o taoísmo e o budismo, a cognição é considerada como uma força primária na determinação do comportamento humano
(Beck et al., 1979; Campos, 2002). Em seu livro Uma ética para o novo milênio,* o Dalai Lama
(1999) observou que “se pudermos reorientar nossos pensamentos e emoções e reorganizar nosso comportamento, então poderemos não só aprender a lidar com o sofrimento mais facilmente, mas, sobretudo e em primeiro lugar, evitar que muito dele surja” (p. xii).
A perspectiva de que o desenvolvimento de um estilo saudável de pensamento pode reduzir a angústia ou dar uma maior