Crown Hall
O Crown Hall é um pavilhão de 36 m X 67 m, apoiado por quatro pórticos transversais, com vigas de aço invertidas e sem apoios internos. Mies estava agora em um novo país, que o havia adotado definitivamente desde 1944, e sua arquitetura sofrera mudanças radicais. A espacialidade complexa e fluida, de orientação neoplasticista, evidente no Pavilhão de Barcelona, cede lugar a um novo conceito, o do espaço universal, simples, estático, indiferenciado e monumental. O desenho perde o dinamismo das articulações assimétricas, do pavilhão e das residências alemãs dos anos 1930, e volta-se para uma formulação clássica, rígida e simétrica, porém extremamente adequada à feição industrial desejada. Aí sim, podemos dizer que o lema bauhausiano da ‘Arte para a Indústria’ estabeleceu-se, definitivamente, na mente do arquiteto prussiano ‘fazendo a América’.
Os pilares do Crown Hall, assim como de todo o campus do IIT, da Casa Farnsworth e de outros projetos americanos de Mies, não fazem concessões: são perfis standard, cortados e soldados tal como foram produzidos, sem revestimentos ou qualquer artifício que lhes tire suas características naturais. Suas dimensões foram estruturalmente determinadas e sua forma definida segundo configurações da produção industrial. É neste momento – e não na turbulenta Alemanha pré-nazista, onde foi concebida –, que se mostra a intenção construtivista de não dar lugar a