Prenuncio de uma violência mórbida
Desde os primórdios a humanidade conhece a humilhação de sofrer bullying. Este fenômeno popularizou-se recentemente com este termo, mas suas raízes são imemoriais. O sistema educacional a muito vem falhando em seu propósito de socializar as crianças por negligenciar as vítimas dos variados tipos de torturas físicas e psicológicas abrigadas pelo conceito do bullying.
As escolas transmitem o conhecimento que as crianças precisam para ingressar na sociedade como cidadãos produtivos e conscientes de seus direitos e deveres civis. Porém em paradoxo estão sendo palco para uma violência que pode tardiamente ser a motivação da mente de um monstro. As crianças que passam por essa experiência neste momento de vulnerabilidade e insegurança ficam para sempre traumatizadas, destruindo a auto-estima e a capacidade de travar relacionamentos saudáveis.
A displicência com que os pais e as autoridades educacionais lidam com os casos de xingamentos, ameaças e agressões físicas isoladas fomentam a persistência dessas torturas configurando um quadro de bullying que se prolifera e ganha intensidades assustadoras. Sentir-se preterido nessa fase tão crucial da vida cria marcas que podem ser mitigadas, mas jamais esquecidas. O massacre de Realengo no RJ, por exemplo, teve como algoz uma vítima de bullying que nunca buscou ajuda para superar seu trauma. Certamente não foi a única motivação para um ato tão covarde, mas foi o gatilho que ele encontrou para libertar a raiva que oprimia por sentir-se excluído.
O papel da educação escolar é impreciso, sua influência vai além da formação profissional e seu campo de atuação é muito flexível. A sociedade impinge o dever da escola em coibir as agressões físicas aos mais frágeis exigindo que os professores adentrem o campo mais instável e ainda em formação: o pessoal, o psicológico, a personalidade dos jovens. Somente com a ajuda e constante assistência dos pais, a escola - a intuição mais precária da nossa