Preconceito Linguístico
Existem dois “tipos” do estudo da gramática. A gramática normativa, a mais comum, a que é ensinada nas escolas, “prega” quase como um dogma, que só existe um modo de se falar e escrever a língua portuguesa: a norma culta.
A gramática normativa (também conhecida como tradicional) não permite erros e também não estuda e nem analisa as diferenças linguísticas geradas pelos abismos sócio- econômicos e geográficos.
A linguística é o estudo da linguagem, é uma ciência, sem preconceitos: estuda as diferenças sócias linguísticas entre as pessoas de diferentes classes sociais. Ao analisar o modo em que a língua é falada nos diferentes lugares, o linguista estuda a sociedade.
Dizer que o Brasil fala a mesma língua, ou seja, tem uma unidade linguística, é errado. Cada região do Brasil fala um português diferente. E não precisamos ser tão abrangentes, somente em São Paulo a classe social determina como a pessoa vai falar.
Sempre que uma pessoa escolarizada fala com sua empregada doméstica, ou quando está no ônibus ou até mesmo na rua e escuta uma pessoa falando o português não culto, quase automaticamente muitos pensamentos vêm à cabeça. No mesmo momento a pessoa já penda: provavelmente está pessoa é pobre. No mesmo momento ela já sente repúdio pelo modo de falar da certa pessoa.
Isto é uma atitude que é herança da prática dos nossos colonizadores europeus. Eles até hoje pensam que o modo que os Brasileiros falam o português é falho e inferior. Isto se impregnou nas classes mais altas, que são os mesmos burgueses que colonizaram o Brasil, mas brasileiros.
Isto é um verdadeiro preconceito que está impregnado em nossa sociedade, até mesmo nas pessoas que se dizem completamente livres do preconceito. Mas é esquecido que estas pessoas não tiveram a mesma possibilidade de estudos que a classe alta da sociedade teve.
Este pessoal considera o modo em que as pessoas pobres falam é errado. Este preconceito é uma herança direta dos tempos de