Preconceito Linguístico - Resumo
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De acordo com o autor Marcos Bagno, responsável pelo livro “Preconceito linguístico”, tal discriminação referente aos mais diversificados níveis da linguagem ocorre de forma subentendida, oculta, a ponto de quase ninguém percebê-la, com exceção dos estudiosos da área. As pessoas sequer entendem que a questão descrita configura um sério problema social. Não percebem também a mitologia que envolve o preconceito linguístico. O primeiro de uma série de mitos se resume à seguinte descrição: “O português do Brasil apresenta uma unidade surpreendente”. Esta teoria bate de frente com a nossa diversidade linguística, que é representada por inúmeros sotaques, diferentes faixas-etárias, situações socioeconômicas destoantes, multifacetados graus de escolaridade e afins. Destrinchando a proposta, vale ressaltar que o mundaréu de línguas faladas no Brasil é ignorado veementemente. Após a análise deste misto, torna-se importante frisar que nenhuma língua pode ser tida como “una”, uniforme e homogênea, afinal, há toda uma variação estrutural envolvida no processo que desencadeia os níveis estruturais e sociais da linguagem. É preciso haver uma mudança nas instituições, a fim de que o intuito seja o de admitir a real diversidade linguística brasileira para a melhoria da política pública em prol das nossas minorias sociais. Já o segundo maior mito refere-se ao suposto fato de que, ao contrário dos brasileiros, apenas os portugueses sabem falar adequadamente o nosso idioma. Pode-se afirmar, com total segurança, que tudo isso é fruto do complexo de inferioridade apresentado pelos tupiniquins em relação a um país europeu, antigo e renomado (no caso, Portugal). Contudo, o ponto mais preocupante talvez seja o de que uma hipótese tão retrógrada e discriminatória seja abraçada pelas próprias gramáticas escolares. Tal mito, porém, cai por terra quando confrontado com o raciocínio de que temos a nossa própria gramática, cujas regras de funcionamento se