Preconceito Linguístico - Resumo
Edições Loyola, 2011.
Na sociedade em que vivemos abomina ou pelo menos externamente, abomina o preconceito, é de se espantar que uma das formas desse mal seja tão praticada e propagada na atualidade com o preconceito contra a língua. “O preconceito lingüístico está ligado, em boa medida, à confusão que foi criada, no curso da história, entre língua e gramática normativa” (BAGNO, 2011, p.19). A gramática normativa tradicional, tratada equivocadamente como se fosse a própria língua portuguesa em si, tem sido imposta como única forma aceitável da língua, dando margem ao severo poder opressor do preconceito lingüístico.
Durante a obra, Bagno faz reflexões sobre alguns aspectos do uso da norma culta, detalha exemplos impregnados a convivência real dos sujeitos, caracterizando-os em classes. O livro é dividido em oito mitos organizados pelo autor, onde faz menção dos fatos encontrados no que ele chama de “mitos encontrados no modo de falar (lingüística - gramática descritiva) e escrever (gramática normativa) no Brasil” Bagno (2011), um dos mitos mais expressivos é o número três onde diz: “Português é muito difícil”.
Essa afirmação preconceituosa é prima-irmã da idéia que acabamos de derrubar, a de que “brasileiro não sabe português”. Como o nosso ensino da língua sempre se baseou na norma gramatical literária de Portugal, as regras que aprendemos na escola em boa parte não correspondem à língua que realmente falamos e escrevemos no Brasil. Por isso achamos que “português é uma língua difícil”: porque temos de decorar conceitos e fixar regras que não significam nada para nós. No dia em que nosso ensino de português se cocentrar no uso real, vivo e verdadeiro da língua portuguesa do Brasil é bem provável que ninguém mais continue a repetir essa bobagem. (BAGNO, 2011, p.51).
Deste modo,