Preconceito linguistico
Nesta parte o autor, Marcos Bagno, se refere ao livro “Não erre mais!”, de Luis Antonio Sacconi. O autor discorre sobre a perpetuação de preconceitos advindos da interpretação do autor desse livro sobre o uso da língua portuguesa.
O livro tenta ensinar coisas inúteis, tais como falar corretamente o nome inglês do carro que já não se fabrica mais (Monza Classic SE) e também das siglas FNM e DKV, já extintas também. Entre outros preconceitos, o livro aborda “erros” cometidos por uma só pessoa, erros esses que não podem ser generalizados e imputados como um erro do povo em geral.
O que salta mais aos olhos nesse livro “Não erre mais!”, são as inúmeras expressões preconceituosas que fazem parte do mesmo. Ao dizer que nada tem que ver com desprezo ou menosprezo aos ignorantes, o próprio uso do termo “ignorante”, por si só, já constitui um sinal desse desprezo ou menosprezo. Ao ler o livro descobre-se que todos, com exceção do autor, são ignorantes. Todos são “criticados” no que tange ao conhecimento da língua: jornalistas, autores de dicionários, integrantes da Academia Brasileira de Letras, etc.. Sacconi faz questão de ofender outros segmentos sociais quando critica a forma rever “peãozada” e aconselha os peões a “que tenham o bom-senso de trocar essa forma para “peonada”, quando forem escrever, se é que escrevem...”.
Fala também da forma dos erros na maneira de escrever dos caminhoneiros. Mas escreve em seguida com a ironia: “Caminhoneiros, contudo, incansáveis trabalhadores, merecem todo o perdão do mundo...
Sacconi condena o uso de palavras que são perfeitamente aceitáveis e que fazem parte das transformações normais da língua e que ocorrem com o passar dos tempos. Sua obsessão em atribuir a Bahia e aos pobres escravos africanos uma série de variantes do português do Brasil, mostra bem sua desinformação acerca das noções de sociolingüística. 2. A falta de estilo de Josué
Aqui, Marcos Bagno fala do livro “Manual da Falta