Preconceito Com Deficientes Visuais
Desde a antiguidade, a cegueira vem sendo considerada como algo de difícil compreensão. As pessoas cegas, foram sempre consideradas como incapazes e dependentes, maltratadas e negligenciadas, sendo que algumas civilizações chegavam mesmo a eliminá-las. Somente há 200 anos atrás é que a sociedade começou a perceber que as pessoas cegas e com baixa visão poderiam ser educadas e viver independentemente. Este percurso histórico e a forma como a cegueira era considerada e tratada em diversas regiões do mundo, ajudam-nos a compreender as razões pelas quais a sociedade, em geral, ainda associa algumas profissões, mitos e idéias pré-concebidas às pessoas cegas.
Com o objetivo de investigar os significados e referências à cegueira, Hull (2001) fez uma busca em um conceituado jornal britânico, The Guardian, cuja linha editorial se preocupa com justiça social e educação. Hull coletou 750 usos da palavra, classificando-os quanto ao significado literal e metafórico. O que mais chamou a sua atenção foi o uso metafórico, carregado de um significado extremamente negativo, que relacionava a cegueira à ignorância, à indiferença, à falta de sensibilidade, à falta de inteligência crítica e à violência. Os poucos usos metafóricos que não foram negativos se referiam ao amor e à justiça.
Também no cinema e na televisão, a figura da pessoa com deficiência está, geralmente, ligada a alguma figura monstruosa em filmes de suspense ou terror, ao humor grotesco, à amargura e desesperança em dramas. A deficiência é, assim, retratada com um teor melodramático e, segundo Longmore (2003), nos filmes de terror e suspense, onde fazem o papel de monstros, o texto que está implícito traduz o medo e a aversão pelas pessoas com deficiência.
Ultimamente, a televisão, jornais e revistas, têm mostrado pessoas com deficiência que "superaram" sua deficiência, tornando-se profissionais bem sucedidos ou pessoas ativas em busca de seus objetivos pessoais e profissionais. Estas histórias