Povo brasileiro vs. Fifa, será um jogo justo?
As fortes emoções do povo brasileiro se contradizem quando o assunto é a Copa do Mundo de 2014. O amor pelo futebol faz o Brasil almejar o hexacampeonato e a taça do mundial, ao par que a desigualdade e a falta de comprometimento do Estado para com as questões relacionadas à saúde, educação, infraestrutura e qualidade de vida criam certo repúdio naqueles que tem mais acesso às informações. Sendo assim, para expressar seu desgosto para com a situação, o povo foi às ruas protestar e exigir os direitos que deveriam ser plenamente garantidos pelo governo, mas não o são.
A falta de investimento em setores básicos para a criação de uma sociedade mais justa e com melhor qualidade de vida revolta muitos brasileiros. Saber que o país tem recursos mais que suficientes para arcar com tais despesas revolta ainda mais. Descobrir que aproximadamente 250 mil pessoas foram retiradas de suas casas sem motivos claros, que a legislação brasileira e a soberania do Estado se renderam à necessidade de monopolização da Fifa, pondo de lado direitos personalíssimos, como o de expressão, moradia e dignidade humana - garantidos no quinto artigo da Constituição Federal -, apenas para agradar os organizadores do evento e conseguir trazer a Copa para o Brasil, causou uma enorme indignação naqueles que não sofrem tanta influência da mídia manipuladora que reina neste país. Assim, instaurou-se uma situação de desaprovação e caos e, baseados nestes e em outros argumentos como, o provável aumento dos índices de exploração sexual e tráfico humano e a elitização da Copa, iniciaram-se os protestos.
A atitude de parte da população do país verde e amarelo, de expressar sua opinião, fazendo, como um canário, ouvir a sua voz, e deixar o conformismo de lado é inquestionavelmente louvável; a maneira com que algumas exceções têm manifestado seu desgosto, no entanto, por meio da depredação de patrimônios públicos e violência, incentiva o descrédito dos