Português como segunda língua
O ensino de língua estrangeira implica reunir de modo coerente princípios extraídos de investigação em diferentes disciplinas. Essa interdisciplinaridade subjacente, como aponta Moita Lopes (1989: 19), deve reseultar em um todo consistente e suficientemente abrangente, de modo a abarcar a complexidade da língua. Talvez seja essa a razão de a terminologia associada ao ensino de línguas estrangeiras nem sempre veicular os mesmos conceitos. Assim, explica-se o que os autores têm em mente ao usarem determinada nomenclatura.
Um termo essencial para toda a experiência do ensino de L2 é abordagem, que se constitui em uma orientação, um conjunto de princípios teóricos que delineiam a filosofia das das iniciativas implementadas. Nesse caso, uma abordagem mais completa sobre o ensino de português como L2 pode ser buscada nos pressupostos teóricos e metodológicos da Lingüística Aplicada, tal como concebida, por exemplo, por Bell (1981: 75). Por essa razão, a abordagem que vem obtendo mais sucesso no ensino de línguas estrangeiras é a abordagem comunicativa que visa à compet6encia comunicativa do aluno.
Sarignon (1983: 35-43) considera quatro componentes para definir a competência comunicativa: (a) compet6encia gramatical ou lingüística, que consiste na formação, por assim dizer “correta”, de estruturas gramaticais da língua alvo; (b) competência sóciolingüística, que considera as convenções sociais do uso da língua, com critérios de adequação sobre o que e como dizer; (c) competência discursiva, consistindo na experiência e na consciência do indivíduo (mesmo em sua língua nativa) com diferentes tipos de discurso e com interação; e, finalmente, (d) competência estratégica, fator compensatório para deficiências e limitações no conhecimento e domínio em quaisquer dos outros três setores, uma vez que, como aponta Sarignon (op. cit.: 44), a competência comunicativa, mesmo na língua materna.
Dentro dessa abordagem, a aprendizagem é