Português brasileiro
Por muito tempo pensou-se que o Português Brasileiro não fosse um português heterogêneo, um português constituído pelas falas oriundas da miscigenação das raças e dos povos vindos da Europa e da África. De fato, os índios do Brasil e os negros vindos da África colaboraram para o surgimento do PB, diferente do Português Europeu (PE). O “cruzamento” das línguas favoreceu o surgimento das variedades lingüísticas que enriqueceram o PB.
Silva Neto (1960: 21) declara que devido à falta de prestígio dessa linguagem adulterada dos negros e índios, não foi imposta. O prestígio da cultura e dos saberes daqueles que freqüentavam a escola prevaleceu sobre a classe dominada (negros e índios).
Com a vinda da corte Real para o Brasil, chegaram também intelectuais e toda a estrutura sócio-cultural de que a colônia necessitava. Escolas, bibliotecas foram introduzidas aqui, dessa forma estava instaurada uma cultura européia em ambiente colonizável e “selvagem”.
A partir daí o colonizador passou a desconsiderar os costumes e os falares brasileiros para instituir definitivamente um português europeu.
Porém, aos poucos o PB foi se destacando por força de uma cultura de várias gerações, mesmo assim a busca em “enobrecer” o PB para se aproximar do PE ainda persiste. Alguns lingüistas insistem em afirmar que nossa língua é homogênea , e se observarmos há ainda escolas que ainda cultuam essa homogeneidade, aplicando o ensino tradicional, a norma culta de forma obsessiva e rígida.
Graças as variações lingüísticas o PB se distanciou do PE e suas formas e hoje já existem vários estudiosos que tentam desmistificar essa visão de homogeneidade do PB, que perdurou por muito tempo