Portugal hoje, o medo de existir
Portugal, Hoje - O Medo de Existir
José Gil
Editora: Relógio d' Água
12ª Edição, Novembro de 2008
Por: Dianne Costa
C.S.C Nº 20060448
“Triste de quem vive em casa,
Contente com o seu lar,
Sem que um sonho,no erguer de asa,
Faça até mais rubra a brasa,
Da lareira a abandonar!” Fernando Pessoa
Este ensaio, do filósofo José Gil, leva-nos a refletir sobre a necessidade de uma acção interventiva por parte dos cidadãos, acerca das questões do País, uma vez que muitos não se consciencializaram e continuaram a viver conformadamente, não achando necessidade de evoluir, réplicas de um Estado Novo, que nunca pareceu deixar, na totalidade, a mente portuguesa. O autor procura alertar os portugueses para o estado letárgico em que vivem, arranjando causas prováveis para a sua inércia e medo, como a referida acima. Ao longo desta obra, ele expõe clara e objetivamente os fatores que levaram Portugal a tornar-se num país em que todos vivem em constante medo, exclusivamente principalmente o Regime Salazarista. Com isto, ele pretende despertar as consciências, ainda marcadas por essa ditadura, de forma a conseguirmos sair “do nevoeiro” que caracteriza a não-inscrição dos portugueses. Por “nevoeiro” entendamos, “um buraco, uma lacuna, um branco onde faltou uma inscrição na consciência e no discurso”. Talvez, devido a esse nevoeiro e a 48 anos de represálias políticas, censura e da promoção do não-raciocínio crítico, os portugueses continuam a não aderir à verdadeira democracia. Sendo que parecem não se terem inteirado deste conceito, ou nunca conseguiram incorporá-lo nas suas vidas, na sua sociedade.
Inscrever é agir, afirmar, decidir, conquistar autonomia, é produzir o real, escrever