o doido e a morte
Biografia
Raul Germano Brandão, mais conhecido por Raul Brandão, nasceu no Porto, no séc XIX, mais exactamente no dia 12 de Março de 1867. Morreu em Lisboa no dia 5 de Dezembro de 1930. Descendente de uma família de pescadores, Raul Brandão para além de escritor foi jornalista e militar. A sua formação académica, Curso na Universidade de Letras, curso que não terminou, para se matricular na escola exército, onde cumpriu o serviço militar até 1912. Sendo que após 1912 dedicou-se a tempo inteiro à escrita, sendo esse o seu período mais fértil.
A sua escrita é influenciada pelo seu percurso de vida, fazendo uso de temas como pescadores, referente à sua infância, ao serviço militar, e muito do seu conhecimento foi retirado do seu trabalho como jornalista, e do convívio com outros escritores. Raul Brandão pertenceu à geração literária fortemente influenciada pelo Simbolismo-Decadentismo que de França nos chegava. Da fase da originalidade “nefelibata” e do artificialismo “dândi”, enquanto estilo geracional, o autor transitaria para uma fase de uma obsessiva responsabilização ética e aí fundaria a sua sensibilidade estética. Os seus textos, publicados a partir de 1893 no jornal Correio da Manhã, reflectem já um acentuado pendor ético-social e uma obsessiva interrogação sobre o sentido de um mundo sem valores, como podemos ver no texto O Doido e a Morte, quando o governador civil confessa “ Confesso que menti… que menti sempre que pude. Toda a minha vida foi uma mentira pegada. Espere! Ó meu Deus!” neste pequeno excerto, Raul Brandão critica os princípios éticos do Governador civil, pode-se entender como uma critica a sociedade, aos políticos. Nele as chamadas Questão Social e Questão Religiosa fundem-se numa mesma problemática que passará a dar conteúdo às suas obras.
O Doido e a Morte
O texto de Raul Brandão “O Doido e a Morte” foi escrito aproximadamente em 1923. Em Portugal nessa época já estava instaurada a Republica. No inicio do séc. XX,