Por Uma Outra Globaliza O
I – Introdução geral
O mundo como fábula, como perversidade e como possibilidade
O primeiro seria o mundo tal como nos fazem vê-lo: a globalização como fábula; o segundo seria o mundo tal como ele é: a globalização como perversidade; e o terceiro, o mundo como ele pode ser: uma outra globalização.
O mundo tal como nos fazem crer: a globalização como fábula
A interpretação do mundo globalizado a partir de um certo número de fantasias:
- uma aldeia global para fazer crer que a difusão instantânea de notícias realmente informa as pessoas;
- uma noção de espaço e tempo contraídos como se todos pudessem viajar o mundo;
- um mercado global e um culto ao consumo capazes de homogeneizar o planeta, sendo que as diferenças locais são aprofundadas;
- uma morte do Estado, quando ele é fortalecido para atender grandes interesses econômicos e financeiros em detrimento dos cuidados com as populações.
Estamos diante de uma ideologização maciça para a realização do mundo atual.
O mundo como é: a globalização como perversidade
A globalização como uma fábrica de perversidades: desemprego, pobreza, fome, desabrigo, Aids, mortalidade infantil, analfabetismo, egoísmos, cinismos e corrupção.
A perversidade do sistema baseado em comportamentos competitivos.
O mundo como pode ser: uma outra globalização
A construção de um outro mundo baseado em uma globalização mais humana. A utilização das bases materiais do período atual: a unicidade da técnica,a convergência dos momentos e o conhecimento do planeta, que ao invés de apoiarem o grande capital, poderiam servir a outros interesses sociais e políticos.
Alguns fatores são indicativos da possibilidade de mudança: a enorme mistura de povos, raças, culturas e gostos; a produção de uma população aglomerada em áreas cada vez menores; a existência de uma verdadeira sociodiversidade; a emergência de uma cultura popular que se serve do sistema técnico atual.