Ponto de mutação
Nos longos diálogos que os personagens tiveram no filme, alguns pontos se destacaram para mim. Os personagens conversam bastante sobre o pensamento mecanicista, criado por René Descartes. Concordam que, apesar deste pensamento ter sido muito importante em sua época por ter conseguido se afastar dos pensamentos religiosos, ele atrapalha a sociedade atual. Descartes via o mundo como um relógio, ou uma máquina que podia ser desmontada e compreendida, e acreditava que a natureza funcionava como tal. Ele mesmo disse: “ Vejo o corpo como nada mais que uma máquina. Um homem saudável é um relógio bem feito e um doente, um relógio mal feito.” Esse pensamento tomou grandes proporções em várias áreas, como nas artes, política e ciência, mas isso ocorreu no séc. 17. Precisamos de uma nova visão de mundo. Não deve-se continuar com esse mesmo pensamento. No filme mesmo, discutem que assim como tudo mudou no sentido de se revolucionar, como no caso da tecnologia, os pensamentos também devem de renovar. Enxergar apenas as partes e não o todo, esse foi o erro que Descartes cometeu e que fez as nações tão interessadas apenas em suas próprias partes.
A física Sonia faz várias demonstrações de que no mundo realmente se tem essa visão fragmentada das coisas e dos fatos. Em outra parte do filme, ela nos remete aos altos índices de mortalidade infantil no mundo e novamente afirma que cada uma dessas mortes não podem ser vistas isoladamente, mas sim como parte de um sistema maior. Há várias interligações nesse âmbito: não é culpa de uma parte do planeta que possui menos recursos, mas sim culpa da economia mal distribuída por todos os países do mundo, onde poucos possuem