1 História das Pontes Estaiadas A ideia de suportar um vão através de cabos presos a uma torre é antiga. Os egípcios já utilizavam essa ideia ao projetar suas embarcações. Além disso, indícios arqueológicos indicam que os índios americanos construíam passarelas pênseis de madeira.(WITTFOHT, 1984 apud TORNERI, 2002). Um carpinteiro alemão, Immanuel Löscher projetou uma ponte estaiada de madeira em 1784. Em 1817, dois engenheiros britânicos, Redpath e Brown, construíram a passarela King’s Meadow, com um vão de 34 m utilizando estais de ferro. Em 1821, o arquiteto francês Poyet sugeriu que as vigas fossem suportadas por barras de aço presas a uma torre, representando o chamado arranjo em leque. Em 1840, foi proposto por Hatley, um arranjo para os cabos em que eles eram dispostos paralelamente, conhecido como arranjo em harpa. Apesar de serem sistemas antigos e apresentarem desempenho satisfatório, alguns acidentes marcantes foram responsáveis pela pouca utilização durante um século. (LEONHARDT, 1974 apud TORNERI, 2002). Em 1818, uma ponte construída em Dryburgh Abbey, na Inglaterra, sustentada por correntes inclinadas, entrou em colapso apenas seis meses depois do término de sua construção. O colapso teria sido causado pela sua instabilidade aerodinâmica. Outro famoso acidente causado pelo mesmo motivo foi o ocorrido com a ponte pênsil Tacoma Narrow em 1940, nos Estados Unidos. Outro acidente que demonstra a falta de conhecimento técnico para o projeto destas pontes ocorreu em 1825, em que uma ponte de 78 metros de vão construída sobre o rio Saale, na Alemanha, entrou em colapso quando submetido à carga de multidão. (WALTHER et al, 1985). Em 1883, foi inaugurada em Nova York uma das mais marcantes pontes suportadas por cabos, com um vão central de 486,50 m e um comprimento total de 1059.90 m, a ponte do Brooklyn. Projetada pelo imigrante alemão John Roebling, engenheiro e considerado um gênio criativo, a ponte apresenta o ápice da construção de pontes