Política monetária no brasil e a taxa básica de juros

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS
DISCIPLINA DE MACROECONOMIA

POLÍTICA MONETÁRIA NO BRASIL E A TAXA BÁSICA DE JUROS

JULHO DE 2011
INTRODUÇÃO
Em 20 de julho, data de sua próxima reunião, o Comitê de Política Monetária (COPOM) deverá repetir a última decisão tomada - subir os juros básicos em um quarto de ponto percentual para 12,5% ao ano, uma das taxas mais altas do mundo. Com isso, ampliará a transferência de renda de devedores a credores, agravará a dinâmica fiscal e induzirá a uma valorização maior do real com impactos adversos na indústria nacional. Será uma decisão difícil, mas, se não for tomada, o resultado pode ser ainda pior. Este ano, as expectativas de inflação e os índices de preços subiram consideravelmente, o IPCA acumulado já está acima do teto por dois meses consecutivos, as taxas de juros internas para todos os prazos aumentaram e a potência da política monetária, que já era fraca, diminuiu ainda mais. Agora é necessário elevar a Selic para obter o mesmo impacto no controle da inflação. O Brasil tem uma das taxas de juros mais altas do mundo e é obrigado a aumenta-la ainda mais. Por que isso acontece? Sabemos que as altas taxas são geralmente justificadas como necessárias para permitir o controle da inflação no país. Efetivamente, a manipulação da taxa Selic pelo Banco Central constitui o instrumento principal senão o único na condução da política monetária desde a implantação do regime de metas de inflação em meados de 1999. Entretanto, o fato de que, no caso do Brasil, a vigência de taxas de inflação que numa perspectiva internacional não são especialmente reduzidas requeira a manutenção de taxas reais de juros que, nessa mesma perspectiva, são excepcionalmente elevadas, tem provocado recorrentes questionamentos.
Com efeito, após mais de dez anos os resultados alcançados pela política em termos do mix das taxas de inflação e juros vigentes não têm sido particularmente brilhantes. Isso não deve surpreender se considerarmos que